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OAB/RS participa de audiência com trabalhadores que resistiram à ditadura

15/07/2013 18:41h

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A Ordem gaúcha, que anteriormente colaborou ativamente para a instalação da Comissão Estadual da Verdade, esteve presente nas oitivas.

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) e a Comissão Estadual da Verdade realizaram audiência pública, na sexta-feira (12), para ouvir os relatos de quatro trabalhadores gaúchos que resistiram à ditadura. Designada pelo presidente da OAB/RS, Marcelo Bertoluci, a secretária-geral, Maria Cristina Carrion Vidal de Oliveira, participou do evento.

A representante da Ordem gaúcha ressaltou a importância do apoio à Comissão por parte da entidade. "É necessária nossa presença e apoio por sermos uma entidade que luta pela democracia e pelo bem-estar social", declarou Maria Cristina.

A dirigente afirmou, ainda, que o relato desses trabalhadores é de suma importância para elucidar os abusos cometidos pelos órgãos do governo durante o período do regime militar. "Isto fortalece a nossa democracia. Não podemos ter medo do nosso passado", acrescentou.

O coordenador da Comissão Estadual da Verdade RS, Carlos Frederico Guazzelli, agradeceu a presença de todos que participaram da audiência pública, principalmente os quatro trabalhadores que se dispuseram em contar parte das suas histórias.

Trabalhadores na resistência

Antonio Espíndola, portuário e sindicalista de Rio Grande, relatou que participa da audiência pública na condição de preso político de 1964. "A causa da minha prisão foi ter participado ativamente da eleição do presidente João Goulart", afirmou. Preso em Rio Grande, Espíndola foi trazido a Porto Alegre, para um prédio que estava sob controle do DOPS, na Avenida Mauá. Na prisão, era constantemente submetido à tortura física e psicológica para repassar informações sobre o movimento sindical. Após ser libertado, voltou para Rio Grande e recomeçou a trabalhar no Porto, mas por apenas três meses, quando foi demitido por improbidade administrativa.

João Batista Lopes, metalúrgico-soldador, veio de Santo Ângelo para Porto Alegre, onde veio na década de 1960 quando trabalhava de dia e estudava à noite. Em 1968, começou a trabalhar no Estaleiro Só, quando começou a integrar o grupo VAR-PALMARES. Em 1970, foi preso na sua casa e torturado à beira do Guaíba. Levado ao DOPS foi submetido a sessões de choque elétrico e pau-de-arara juntamente com outros companheiros de luta. No dia em que iria ser solto, Pedro Sellig, conhecido torturador, ainda tentou convencê-lo a entregar nomes de companheiros que integravam a VAR PALMARES. "Mas pelo que eu vivi e por tudo que aprendi ainda continuo pronto para a luta, sempre para o bem da humanidade", afirmou.

Orlando Nichele, metalúrgico de Caxias do Sul, militava no movimento estudantil e veio para Porto Alegre em 1967 para dirigir a União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (UGES). Em 1968, foi preso e levado para o DOPS. Libertado, Nichele retornou para Caxias do Sul, ondeiniciou a militância na VAR PALMARES. Em 1970, foi preso em Caxias do Sul e, novamente, foi levado para o DOPS de Porto Alegre, onde foi interrogado sob tortura. No final de 1970 foi libertado e retornou a Caxias do Sul.

Pedro Machado Alves, metalúrgico, começou a sua militância no período da Legalidade, junto à Juventude Operária Católica (JOC). Com o golpe de 1964, os sindicatos dos metalúrgicos sofreram intervenção e os dirigentes tiveram seus direitos políticos cassados. Em 1969, Alves foi preso no bairro IAPI e levado para o DOPS, onde permaneceu por uma semana, período em que sofreu tortura física e psicológica. Após deixar a prisão, continuou a sua militância dentro do Partido Comunista Brasileiro (PCdoB).

Com informações da ALRS

Vítor Rosa
Estagiário de jornalismo

15/07/2013 18:41h



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